IBGE mostra Brasil com inflação e desemprego menores e crescimento acima do esperado em 2023, diz Pochmann

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2023 mostram um Brasil com menos inflação, desemprego menor e um crescimento da economia maior que o esperado, disse o presidente do instituto, Marcio Pochmann. A afirmação foi feita em entrevista à jornalista Hildegard Angel no TV 247, canal do Youtube ligado ao site de notícias Brasil 247, e compartilhada pelo economista em seu perfil pessoal na rede social X (ex-Twitter).

“Os dados apresentados pelo IBGE nesse ano de 2023 são bastante importantes. Revelam trajetória de redução da taxa de inflação, que estava muito alta, queda da taxa de desemprego, uma melhora no nível salarial e também apontam um crescimento econômico muito diferente do que se imaginava no fim de 2022, depois daquela eleição”, afirmou.

Pochmann voltou a se referir ao papel do IBGE de, ao mesmo, revelar a realidade do Brasil, ser um cartão postal do país, mas também de funcionar como uma bússola. Anualmente, disse, o IBGE divulga cerca de 250 pesquisas e estudos.

O presidente do IBGE retomou também o tema da falta de soberania dos dados hoje no Brasil – diante de uma economia digitalizada – e da importância se organizar um sistema nacional de estatísticas, que integre as informações de diferentes fontes de dados, como os ministérios.

“O Brasil infelizmente não é um país soberano de dados. Grande parte das nossas informações de dados é colhida diariamente pela força da internet, telefonia celular, computadores…. E nós individualmente estamos transmitindo nossas informações privadas, contas bancárias, forma de pagamento, lista telefônica, músicas, filmes…”, afirmou ele, detalhando que as informações pertencem a empresas estrangeiras, que sabem mais sobre o país que seus gestores públicos.

Neste contexto, ressaltou a importância de criação de um sistema nacional de estatísticas, sob a coordenação do IBGE, que é uma iniciativa prevista na legislação, mas não é exercida. O país tem diferentes produtores de estatísticas, sejam oficiais – como Banco Central, Receita Federal e Ministério do Desenvolvimento, por exemplo – ou não oficiais. Cada um tem padrões e bases de dados diferentes.

“Os ministérios são portadores de bancos de dados, informações muito importantes. O Ministério do Trabalho tem as informações do emprego, o da Educação tem dados sobre a situação educacional dos estudantes, o do Desenvolvimento Social; dos beneficiários dos programas sociais. Cada ministério tem seu banco de dados e é necessário construir um sistema nacional soberano, de geociência, de estatística e dos dados”, defendeu.

Desde sua posse, no fim de agosto, Pochmann tem se mantido distante da chamada imprensa tradicional. Ele usa seu perfil na rede social X (ex-Twitter) para dar opiniões sobre diferentes temas ligados ao país e à economia e para falar sobre os projetos para o IBGE, que nem sempre são compartilhados no site oficial do instituto.

Além disso, ainda não promoveu nenhuma entrevista coletiva para a grande imprensa nem participou da divulgação dos resultados do Censo Demográfico 2022 por sexo e idade, em 27 de outubro, que é a principal pesquisa do IBGE.

Por enquanto, só deu entrevistas a veículos oficiais – como o canal Gov br, que é o canal da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) nas redes sociais –, ligados a sindicatos – como a emissora TVT – ou ao PT, como a revista Focus, da Fundação Perseu Abramo.

Fonte: Valor Econômico

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